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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cães não lambem seus donos por amor, diz pesquisa americana

Pode ser poético dizer que um cão encheu seu dono de beijos quando ele voltou de viagem, mas a realidade, estão descobrindo os cientistas, não é assim tão fofa.
Isso porque cachorros são extremamente sensíveis a cheiros e sabores -- coisas tão importantes para eles quanto a comunicação verbal ou a visão para os humanos. 

Assim, quando um dono volta da rua cheio de novos cheiros e gostos, seja da mão daquele colega de trabalho que foi cumprimentado ou da sujeira do banco de metrô em que sentou, ele está oferecendo ao seu cachorro um festival de sensações.
Se seu cão quer saber por onde você andou, isso significa, claro, que ele vê algo de especial em você. Mas eles gostam de cheirar e lamber mesmo desconhecidos.
"Saber do papel do odor para eles mudou minha forma de pensar sobre a maneira alegre com que minha cachorra cumprimentava um visitante, indo diretamente na região genital dele", diz Alexandra Horowitz, da Universidade Columbia (EUA).
O comportamento da cachorra de Horowitz, que está lançando no Brasil o livro "A cabeça do cachorro" (BestSeller), faz todo sentido, diz.
As regiões genitais, assim como a boca e os sovacos, produzem muitos odores -- e logo ensinamos às crianças a importância de lavá-las bem. Estando a boca e os sovacos geralmente mais distantes do cachorro, não é difícil imaginar que área ele vai atacar.
"Não deixar que um cão cheire um visitante equivale, entre humanos, a vendar-se na hora de abrir a porta para um estranho", diz a cientista.
Para um cão, cada pessoa tem um cheiro inconfundível, o que faz com que eles nos identifiquem pelo odor. Humanos conseguem usar o nariz para saber, por exemplo, se alguém fumou, mas cachorros vão muito além.
Eles podem saber se você fez sexo, e até saber quem e quantas pessoas estavam junto. Ao se aproximar da sua boca, conseguem identificar o que você comeu.
Mais do que isso, cachorros sentem cheiro de medo.
"Gerações de crianças foram alertadas para nunca mostrar medo diante de um cão estranho", diz Horowitz.
Não era à toa. Quando assustados, suamos, e o odor do nosso corpo entrega o pavor. Além disso, a adrenalina é inodora para nós, mas não para bichos de faro aguçado.
O olfato dos animais é tão bom que os cientistas querem utilizá-los na medicina.
Um estudo treinou cães para reconhecer a urina de pacientes com câncer. Os cientistas se assustaram. Os cães aprenderam a "diagnosticar" a doença: só erram 14 vezes em 1.272 tentativas.
Não se sabe direito quais substâncias eles aprenderam a reconhecer, mas alguns cientistas propõem "cães doutores" -- pelos estudos feitos, eles acertam mais que muitos doutores humanos.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dexter meu grande amigo ao qual nunca vou esquecer - Você sempre será importante na minha vida

"Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações." (Sigmund Freud)

"Os cães são o nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde, é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz." (Milan Kundera)



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Vida real e ficção, cães esperam eternamente por seus donos

 
A população de Córdoba, Argentina, está sendo testemunha da fidelidade canina. Há oito meses o cão “Alicio” estava em companhia de seu dono, que chegou em estado grave à Clínica Monte Cristo e morreu. O cachorro, que agora é notícia em todo o país, espera ainda hoje o dono sair pela porta por onde entrou. É alimentado por moradores e voluntários de um grupo de proteção animal (Uniendo Huellas), e já foi várias vezes retirado da porta da clínica e levado para adoção por várias famílias. Inútil. Sempre foge e volta ao local em que seu dono o deixou. A imprensa da região não se cansa de cobrir o fato. Até página no Facebook Alicio já tem (criada por um grupo de fãs). O cão dorme num depósito da clínica e a doutora Alicia Delgado o “adotou” como se fosse um “filho postiço” (daí o nome do cão). Os vizinhos já se acostumaram com ele, sua fidelidade vem chamando a atenção de todos e não faltam reflexões dos estudiosos sobre a amizade canina.
Quando David Wroblewski publicou A História de Edgar Sawtelle (2009), que tem similaridades com a história real de Alicio, muitos acharam exagerada a trama do garoto mudo que leva três de seus cachorros a uma fantástica e perigosa viagem. Wroblewski, 51 anos, ex-projetista de software no Colorado (EUA), mostrou em seu primeiro livro que era do ramo. O livro é um sucesso de público e crítica. O jornal The Washington Post ressaltou em sua análise que o autor produziu um romance generoso “no qual é possível mergulhar, perder-se e, finalmente, voltar à tona, relutante, um pouco surpreso pelo fato de o mundo real ter continuado a girar enquanto você estava encantado”. Já o megaprodutor de sucessos Stephen King disse que o livro não é só mais uma história de cachorros e pessoas, “mas um relato sobre o coração humano e os mistérios que nele vivem — compreendidos, mas difíceis de articular”, e completou: “Eu não releio muitos livros, porque a vida é curta demais. Vou reler esse”. Sem falar na crônica do Publishers Weekly, publicada na época de lançamento da obra: “apoiado no poder esmagador da inevitabilidade do destino, o ritmo da narrativa absorverá inteiramente os leitores até as empolgantes cenas finais”. 
A literatura conta com vários livros que narram histórias reais e imaginárias da relação entre cães e pessoas. A de Alicio é só mais uma delas. Ninguém sabe ainda, com certeza, como essa relação de fidelidade é construída, ou quais são as suas motivações. Mas numa época de tão grande distanciamento físico entre as pessoas, saber que nossos cães estão por perto é inspirador, mesmo quando eles ficam e nós vamos, ou quando eles nos deixam ficar sozinhos.