Vacinar os cachorros evita a proliferação da doença, que é transmitida por meio da urina de ratos misturada à água da chuva.
Água contaminada das chuvas pode transmitir a doença para animais domésticos e seres humanos
Crédito: Reprodução/ PetCare
E apesar de não fazerem parte das estatísticas, os animais de companhia podem ser afetados pela doença e ainda transmiti-la, como explica o veterinário Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care. “Os roedores são reservatórios da doença, ou seja, possuem a leptospira,
mas não ficam doentes. Eles se alimentam de restos de comida, rações ou
mesmo de fezes de animais e podem deixar sua urina nestes locais,
favorecendo a contaminação dos bichos de estimação”, alerta.
O veterinário explica ainda que o contágio se dá
quando a bactéria entra em contato com a mucosa ou pele com ferimentos.
“O animal doente também passa a eliminar a bactéria pela urina.
Assim, o contato com essa urina, água contaminada, utensílios
contaminados ou sangue do animal doente pode transmitir a doença a
humanos e a outros cães.”
Sintomas e prevenção
Os primeiros sintomas da doença são: febre,
depressão, perda do apetite, vômito, desidratação, mucosas congestas,
icterícia, urina escura e dor renal ou muscular. “Na evolução da doença,
observa-se insuficiência renal, insuficiência hepática, hemorragias,
lesões na pele e hematomas pelo corpo, úlceras na boca e língua e, em casos raros, necrose na ponta da língua”, explica Quinzani.
Evitar o acúmulo de lixo e restos de alimentos que atraiam os ratos são medidas eficazes de prevenção da doença
Crédito: Flickr/ CC – Stephen Barnett
O médico alerta que ao notar esses sintomas em cães e gatos, mesmo
que eles não tenham tido contato com água de alagamento ou enchentes, é
preciso procurar imediatamente um veterinário e isolar outros pets da casa. “Se o animal realmente estiver doente e não receber o tratamento adequado certamente virá á óbito”,
diz. “Em caso de confirmação da doença, a família deve também procurar
orientação com um infectologista sobre os cuidados e exames necessários
para as pessoas que tiveram contato com esse animal.”
Para o diretor clínico do Pet Care as medidas preventivas
são simples e incluem cuidados com a saúde, alimentação e com o
ambiente em que o animal vive. A imunização anual ou semestral dos cães
está no topo da lista de providencias a serem tomadas. “O mercado
disponibiliza várias opções de vacina que incluem a
proteção contra a doença, elas são conhecidas normalmente como V8 e V10.
Além da Leptospirose, a primeira vacina previne a Cinomose,
Hepatite infecciosa, Adenovirus 2, Parainfluenza, Parvovirose e
Coronavirose e a segunda possui antígenos contra mais dois tipos de
Leptospirose”, esclarece.
“Alimentar o animal em horários determinados, não deixando a ração à vontade e retirando os restos
depois que o animal terminar a refeição é outra dica importante, pois
os restos de alimento atraem os roedores.” Lavar o ambiente dos cães com
cloro; evitar acúmulo de lixo e restos de comida que
atraem os roedores; não permitir o acúmulo de água parada ou ambientes
úmidos e fechar buracos entre telhas e rodapés também são atitudes que
auxiliam no controle de roedores.