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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Cães nadam em lago à procura de dono que morreu afogado há 11 dias

Casal de labradores volta ao local duas vezes por dia para procurar pelo seu dono, que morreu afogado na lagoa em Araçatuba, no interior de São Paulo.
Dois cães labradores procuram há dez dias pelo seu dono que morreu afogado numa lagoa de Araçatuba (SP). O casal de cães volta ao lago duas vezes por dia para nadar justamente na região onde seu dono, o vigilante Luís de Almeida, 46 anos, morreu afogado em 17 de fevereiro. Ao saírem da água, eles farejam o local onde Almeida foi colocado deitado após ser resgatado, já sem vida, pelos amigos.

 
Analiete Almeida/Arquivo Pessoal
"Eles vão lá de manhã e à tarde e ficam nadando e procurando meu marido", relata viúva


A história de Max e Lua ganhou as redes sociais e fez os internautas se lembrarem do cão Hashiko, que ficou conhecido no Japão no início do século ao esperar pelo seu dono numa estação de trem. A história foi retratada no filme "Sempre Ao Seu Lado", lançado no País em 2009.
O lago fica a 500 metros da chácara onde Almeida e a família costumavam passar os fins de semana, no bairro Traitu, periferia de Araçatuba. "Temos a chácara há oito anos e nunca meu marido tinha ido nadar nessa lagoa", diz a cabeleireira Analiete Almeida. "Os cães também nunca tinham ido até lá, com exceção daquele domingo em que meu marido os levou para o lago para se divertir com dois amigos depois de um churrasco", diz.
Segundo ela, dois dias após a morte de Almeida, os cães abriram um buraco no alambrado de proteção da chácara para chegarem ao lago. "Eles vão lá de manhã e à tarde e ficam nadando e procurando meu marido", diz. Segundo Analiete, quem notou a mudança do comportamento dos animais foi a vizinha da chácara, Edmaura de Souza, que mora nas proximidades e fotografou os cães e postou as fotos nas redes sociais.
"Eu me surpreendi com eles e vi que eles estavam bem tristes e procurando por alguma coisa no lago e aqui na margem", contou Edmaura. "Ao ver que faziam isso todos os dias, percebi que eles nadavam na região do lago onde o dono deles se afogou e que ficavam parte do tempo cheirando o local onde o dono foi deixado depois de ser resgatado", completa.
Nesta quarta-feira, Analiete levou os cães para a casa da família, na cidade, com medo de que os animais fossem furtados depois de aparecer nas redes sociais. "A gente vem de manhã e à tarde na chácara trazer comida e cuidar deles, mas eles estavam ficando sozinhos à noite", diz. Segundo ela, os animais não estão se alimentando bem e estão tristes. "Eles têm os olhos baixos e aparentam muita tristeza", diz. Por isso, a ideia de trazê-los para a cidade é tentar que, com mais gente por perto brincando com eles, os animais possam voltar com o comportamento à normalidade.
Segundo Analiete, os cães foram adotados de uma família que se mudou de Araçatuba e não tinha como levá-los. "Eles estão com a gente há quatro meses, mas para mim e meus filhos parece que faz mais tempo", diz Analiete.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Os cães de diferentes raças, percebem que são da mesma espécie


Rottweiler é capaz de perceber que poodle é da mesma espécie que ele.
Capacidade ajuda na preservação da espécie, segundo autores.

Cães de diferentes raças percebem que são da mesma espécie 
(Foto: Astrid Stawiarz/Getty Images North America/AFP)

Apesar de uma grande diversidade entre as diferentes raças, os cães são capazes de distinguir visualmente os indivíduos de sua espécie dos humanos e de outros animais, segundo um estudo francês publicado na revista especializada "Animal Cognition".
Existem mais de 400 raças puras de cachorros, com aspectos muito diferentes.
Dominique Autier-Dérian, do Laboratório de Etologia Experimental e Comparada da Universidade de Paris 13 e da Escola Nacional de Veterinária de Lyon, ambas na França, investigou se esta grande diversidade morfológica representava um desafio cognitivo para os cães ao tentar identificar sua espécie.
Mais de 144 pares de imagens foram exibidas em duas telas de computador para nove cães treinados, que tiveram que escolher entre duas imagens. De um lado, foram mostrados rostos de cães de diferentes raças e cruzamentos, do outro lado 40 espécies diferentes, entre animais selvagens e domésticos e seres humanos.
Todos os cães foram capazes de reunir todas as imagens de cães na mesma categoria, apesar da variedade de raças.
"O fato de que os cães são capazes de reconhecer sua própria espécie visualmente, e que eles têm grandes poderes de discriminação olfativa, garante que o comportamento social e de acasalamento entre diferentes raças seja sempre potencialmente possível", dizem os autores do estudo.
"Embora os seres humanos tenham diferenciado a espécie Canis familiaris por seus limites morfológicos, sua entidade biológica tem sido preservada", concluem.